O universo de empresários e executivos é formado por atividades estratégicas, operacionais e táticas. Paralelamente, é importante estar atento ao mercado para antever cenários e explorar diferenciais. Como equilibrar esses dois mundos?
“Cinco horas da tarde. Escritório. José, diretor de operações, encontra-se com diversos arquivos abertos: uma planilha de atividades dos seus liderados, um relatório com as vendas dos produtos da empresa e um artigo sobre inovação. Paralelamente, a secretária liga e diz que um cliente deseja falar urgentemente com ele. Enquanto isso, o CEO da empresa conversa com ele via skype. ”
Você se identificou de alguma forma com o cenário de José? Essa situação hipotética é um exemplo que demonstra o acúmulo de responsabilidades e a diversidade de tarefas com as quais os executivos lidam diariamente. Uma pesquisa recente realizada pelo International Business (LBR) aponta que as maiores causas de estresse no Brasil dentro desse público são os conflitos internos e políticos, as pressões para alcançar metas de desempenho e o alto volume de informações. Além de lidar com isso, os executivos tem consciência de que precisam estar atentos ao ambiente externo para identificar Oportunidades capazes de otimizar os resultados da empresa.
Em suma, o executivo precisa equilibrar pendências e tendências. A pendência é tudo aquilo que o profissional sabe que deveria ser implementado na empresa, mesmo que ainda não tenha sido feito; ela faz com que o executivo busque os instrumentos necessários para a continuidade do negócio. Em contrapartida, a tendência é tudo o que deve ser implementado, mesmo sendo desconhecido, para permitir que o negócio adquira um conceito pioneiro e se torne referência.
O equilíbrio entre pendências e tendências traz mais direcionamento e resultado. A partir desse cenário, voltamos então a seguinte pergunta: Como equilibrá-las?
O universo empresarial é marcado por forças controláveis (produtos e serviços oferecidos, distribuição, comunicação, entre outras) e incontroláveis (ambiente político e socioeconômico, consumidores, concorrência, entre outras).
Podemos relacionar esse universo com a análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças) da empresa, em que as pendências são os Pontos Fracos da organização e as Tendências tem base nas Oportunidades. Para ter o olhar simultâneo no ambiente interno e externo, a empresa deve ter um direcionamento claro de onde está, onde pretende chegar e que ações devem ser realizadas para alcançar o que está proposto. Nesse sentido, o Planejamento Estratégico é peça fundamental, já que orienta as atividades em torno de objetivos atrelados aos resultados, permitindo que os profissionais envolvidos com a empresa organizem suas atividades entendendo os motivos e prioridades de cada ação. Dessa forma, os profissionais equilibram as urgências do dia-a-dia com as atividades estratégicas e a visão de futuro.
De acordo com os teóricos Hamel e Prahalad, “a empresa que for incapaz de imaginar o futuro, não estará lá para desfrutar dele”.
De maneira prática, o fluxograma a seguir demonstra o ciclo do Planejamento Estratégico inserido na rotina de uma empresa:
O fluxograma acima mostra que o equilíbrio entre pendências e tendências depende da integração das atividades realizadas com a Missão, a Visão e o Planejamento da empresa. A partir do momento que os envolvidos com a empresa organizam as rotinas de acordo com objetivos de curto,médio e longo prazo, os resultados tornam-se mais palpáveis e há o desejo de buscar alternativas inovadoras para superar as expectativas.
A inovação está justamente em conhecer os atributos de valor e em explorar os diferenciais para encontrar novas ações e posicionamentos; para fazer isso, é preciso que a missão e a visão da empresa estejam aderentes ao que é realizado dia-a-dia. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral no segmento de médias empresas, 29% das organizações pesquisadas afirmam que a inovação não está nem na ideologia da empresa.
Como reverter esse cenário? É preciso entender que a inovação e a visão de futuro não devem estar restritas a diretoria de uma empresa, mas devem ser construídas no dia-a-dia dos colaboradores considerando os conhecimentos da equipe, os desejos individuais, a análise da história, do mercado e da empresa, além do relacionamento com os pontos de contato da marca.
